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O Mickey Mouse na Itália é Topolino: conheça a sua história “italiana”

O Mickey Mouse na Itália é Topolino: conheça a sua história “italiana”

O Mickey Mouse nasceu da mente criativa de Walt Disney. E em seus mais de 90 anos, o personagem tem muita história para contar. Mas você sabia que, só na Itália, o camundongo mais famoso do mundo tem uma grande história para contar? Por lá, o personagem se chama Topolino. Mas engana-se quem pensa que se trata apenas de uma “adaptação”, para se adequar aos cidadãos italianos.

Sua história é bem mais completa. Envolve direitos autorais, o governo fascista de Mussolini, e até uma breve adaptação, bem exclusiva e específica para o povo da península. E é sobre a história de Mickey na Itália que iremos falar hoje.

O começo da vida do Topolino na Itália

Tudo começou em 1932, quando o editor Mario Nerbini decidiu fazer um jornal semanal para crianças. Ele usou, assim, contos ilustrados com o Mickey. A primeira história, publicada em 31 de dezembro de 1932, tinha Mickey fugindo de um elefante. Nerbini, no entanto, não tinha os direitos sobre o personagem. A representante de Disney na Itália reclamou, e a saída foi a adaptação.

A partir da edição 3, o personagem mudou de nome e aparência. Nascia, assim, o Topo Lino (o Rato Lino, traduzindo), com traços diferentes aos do camundongo de Walt Disney. Nerbini, posteriormente, adquiriu os direitos sobre o personagem. E, na edição 5 de seus quadrinhos, já com os direitos adequados, a HQ foi nomeada, definitivamente, como Topolino.

O jornal Topolino publicava, aos domingos, histórias com Mickey Mouse na Itália, com tirinhas diárias de suplemento. Em 1935, o jornal contava com histórias de outros personagens, que não pertenciam à Disney, e de Mickey. Quando foi comprada pela editoria Mondadoni. E, em 1938, o governo fascista de Mussolini proibiu a publicação de histórias vindas dos EUA, com exceção das histórias Disney, pois seus filhos adoravam o Mickey.

Mickey Mouse na Itália

Mondadoni seguiu, assim, publicando Mickey Mouse até 1942, quando o governo fascista, já em meio à Segunda Guerra Mundial, exigiu o fim das publicações. No lugar de Mickey, Tuffolino assumiu as histórias. Ele era um personagem humano, mas com traços semelhantes aos de Mickey. Tuffolino inclusive “copiava” histórias de Mickey.

Tuffolino parou de ser publicado no final de 1943, e em dezembro de 1945, Topolino voltou. O fascismo havia caído, e era possível publicar novamente histórias Disney na Itália. Isso significava que a editoria poderia publicar as lendárias histórias do Pato Donald, escritas por Carl Barks. O formato jornal durou até 1949. Em abril deste mesmo ano, o jornal deu lugar ao formato de quadrinhos do bolso. Agora, só com histórias Disney.

Um personagem que ganhou os corações italianos

Os quadrinhos surgiram, com histórias de Carl Barks e de autores italianos, como Guido Martina. Assim, Mickey já era conhecido, no país, como Topolino. E inclusive recebia adaptações de contos locais, como uma história baseada no Inferno de Dante. Mas a partir de 1951, Topolino só recebia histórias vindas dos Estados Unidos.

Em 1952, o gibi se tornaria quinzenal, com mais histórias italianas. Guido Martina seguia adaptando clássicos da leitura. Em 1956 ele fez uma paródia de Dom Quixote. E em 1957, houve adaptações de Tartarin de Tarascon, do Conde de Monte Cristo, e dos Três Mosqueteiros.

Em 1960, o gibi se tornou semanal. Em 1969, o Pato Donald se transformaria em Paperinik, o alter-ego super herói do pato. Com detalhes escuros e antes um vingador, o personagem acabou se tornando uma versão divertida de Batman, que fazia sucesso com seu seriado nesta época. Massimo De Vita, Giorgio Pezzin e Bruno Concina assumiriam as histórias nos anos 70, com o clima “caça ao tesouro” que a própria Disney exploraria posteriormente, com os Ducktales.

Mickey Mouse na Itália

Atualmente, Topolino, ou o Mickey Mouse, é publicado na Itália pela Panini. Que também publica as demais histórias Disney, como a do Zio Paperoni (o Tio Patinhas, por lá). A Disney sempre respeitou particularidades regionais em suas produções. Assim como na Itália, o Brasil também tem personagens com nomes diferentes, que se adaptam mais facilmente à nossa cultura.

E assim o camundongo mais famoso do mundo segue sua história. Não só nos Estados Unidos, mas em todo o mundo. Mas, na Itália, de um jeito bem particular.

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