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Bersaglieri: Conheça os soldados mais experientes da Itália

Bersaglieri: Conheça os soldados mais experientes da Itália

A Itália, assim como qualquer outra nação, possui suas forças armadas. E, entre elas, vários batalhões, divisões e corpos. E, também, possuem a sua elite de guerreiros. Entre os italianos, há um corpo de soldados que estão entre os mais experientes do país, e que aceitam apenas os soldados com maior capacidade física e mental, com um padrão extremamente alto.

Hoje, iremos conhecer os Bersaglieri, força militar que conta com quase 200 anos de história, viveu os mais importantes conflitos da história moderna e atualmente seguem em missões de apoio, porém sem perder suas tradições, nascidas ainda no século XIX.

O que são os bersaglieri

Bersaglieri

Os bersaglieri são parte de um corpo do exército italiano criado no século XIX, antes mesmo da existência do Estado italiano. O corpo militar nasceu em 18 de junho de 1836, para servir o então Reino da Sardenha, sendo mais tarde o Regio Esercito, o exército dos tempos nos quais a Itália era um reino.

Seus soldados são conhecidos como uma unidade de infantaria extremamente ágil, com treinamento profundo para locomoção ágil em qualquer terreno. Além disso, também usam, até hoje, um famoso chapéu de abas largas com plumas negras de faisão. Embora hoje este chapéu é usado apenas em ocasiões especiais, compondo o uniforme de gala, a pluma segue fixa até hoje, nos capacetes de combate. Outra marca registrada do grupo é a sua corrida cadenciada nas paradas, usadas no lugar da marcha militar tradicional.

Sua origem surgiu da necessidade do Reino da Sardenha ter uma unidade de infantaria prática, porém sem condições de manter uma cavalaria, o mais importante segmento militar do século XIX. Assim, surgiu a ideia de criar uma infantaria com atiradores que soubessem se deslocar com muita rapidez, suprindo a ausência dos cavalos. Estes soldados, então, iniciaram treinamento em padrões rígidos de condição física e na habilidade de tiro.

Independência e autonomia

Para estes soldados, foram encorajados a independência e iniciativa no campo de batalha, sendo usados em formações “perdidas”, nas quais o comando não era mais necessário. Estes artilheiros carregavam pentes de 60 balas, com uniformes negros e os famosos chapéus, que se chamam vaira, usados para permitir proteção contra golpes de sabre.

Em 1º de julho de 1836, os bersaglieri apareceram em Turim, em uma parada militar, pela primeira vez. Ali mostravam para o mundo suas características, marchando a 130 passos por minuto, tradição que existe até hoje. Os bersaglieri atuais ainda precisam correr assim, seja em paradas ou nos exercícios, sendo punidos caso não o fizerem.

Eles também participaram da 1ª Guerra da Unificação da Itália, entre 1848 e 1849, mas se tornariam famosos naqueles dias ao entrar em Roma, no dia 20 de setembro de 1870, para colocar fim ao Poder temporal dos Estados Pontifícios, em evento que completou a Unificação Italiana. Lutaram na Guerra da Crimeia, entre 1853 e 1856, atuando pela primeira vez fora de território o qual conhecemos hoje como a Itália.

E quando a Itália se unificou, nascendo o Regio Esercito, já haviam 12 regimentos Bersaglieri, incorporados às forças do país recém-criado.

Os Bersaglieri nas duas guerras mundiais

Bersaglieri

Como a Itália participou dos dois conflitos globais, os bersaglieri também atuaram nas batalhas pela Europa e por outros continentes. Por isso, na Primeira Guerra Mundial, os 12 regimentos participaram de vários combates, se tornando conhecidos pelo mundo. Foram ao combate 210 mil soldados destes regimentos, com 32 mil sendo mortos e outros 50 mil ficando feridos. Após a guerra, os batalhões se reduziram a dois por regimento, com função de infantaria leve, para oferecer apoio em um mundo que via a mobilidade nas guerras como a mais nova necessidade.

Estes bersaglieri, assim, foram transformados em tropas de bicicletas, para atuar junto com as divisões de cavalaria. Eram uma tropa de elite com moral elevado e espírito agressivo. Perfeitas para atacar as famosas trincheiras que foram um dos símbolos do primeiro grande conflito global. Conforme os anos foram se passando, a Europa voltava a se armar para um novo e iminente conflito. E estes soldados saíram das bicicletas e introduzidos em unidades armadas motorizadas. A cada divisão motorizada havia um regimento Bersaglieri, em 1939, ano em que a II Guerra Mundial iniciou.

Na Segunda Guerra

Diferente de outros exércitos, como a Wehrmacht, nome das forças armadas da Alemanha Nazista, que reduziu seus padrões de exigências conforme o conflito escalava, os Bersaglieri, que participaram de conflitos na França e na Grécia no início da Segunda Guerra, além de serem também enviados ao norte da África, continuavam a manter o padrão mais elevado possível para a admissão de novos recrutas. Eles ainda deveriam ter estatura e resistência acima da média.

Em tempos aos quais a Itália ainda era parte do Eixo, os soldados lutaram na União Soviética. E na África, Erwin Rommel, o general do Afrika Korps, elogiava os soldados na época. “O soldado alemão surpreendeu o mundo, o bersagliere italiano surpreendeu o soldado alemão“. A Itália faria um armistício com os Aliados em 1943, quando o país se dividiu, com os fascistas ainda querendo manter o poder no país. Assim os Bersaglieri também se dividiram. Por isso, uma divisão foi incorporada ao Exército Alemão, e lutou até a rendição dos italianos fascistas, na Batalha de Fornovo di Taro.

A Batalha marcou o fim da guerra em solo italiano, que também contou com a execução de Mussolini em Milão. E foi a batalha na qual os soldados brasileiros da FEB, com italianos da resistência e soldados dos EUA atuaram na rendição da 148ª Divisão do Exército Alemão, com seus quase 15 mil homens.

Os Bersaglieri hoje

Bersaglieri

Após o fim da Segunda Guerra Mundial, e o nascimento da República Italiana, os Bersaglieri se modernizaram. O que inclui a suas ações envolvendo a mobilidade física e motorizada. Ao longo dos anos, participaram, com a “Brigada Garibaldi Bersaglieri”, de tropas de pacificação no Líbano, Iugoslávia, além de atuarem no Iraque.

Mas eles ainda mantém suas tradições. Suas borlas vermelhas são as suas “chamas”, enquanto ainda usam o “fez” vermelho. Os oficiais usam boinas negras em seu uniforme, como a vaira, com plumas negras em situações de cerimônia. Os oficiais usam luvas negras enquanto os demais usam luvas brancas. E também mantém o costume de marcha rápida com fanfarras mantidas pela “Brigada Garibaldi” e o 7º Regimento Bersaglieri ainda mantêm a fanfarra.

Um cidadão italiano pode servir às Forças Armadas da Itália

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